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sexta-feira, 8 de março de 2013

ARTIGO

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MULHERES NA POLÍTICA
(Clara Gurgel)



Apesar da Presidência do país estar atualmente ocupada por uma mulher, a participação feminina na política brasileira ainda é tímida. Em um ranking de 146 países, o Brasil ocupa um modesto 110° lugar, atrás de nações como o Togo, Eslovênia e Serra Leoa, segundo dados da UIP (União Interparlamentar).
Ainda que representemos mais da metade dos eleitores brasileiros (51.7%), a Câmara dos Deputados, por exemplo, tem hoje em sua constituição apenas 9% de mulheres. No Senado, a história se repete com apenas 10% de participação feminina e, das 26 capitais, apenas duas têm mulheres como prefeitas.
Em 2010 o TSE tornou obrigatória a participação política feminina em, no mínimo, 30%. Os partidos, por sua vez, não alcançam essa porcentagem, alegando dificuldades em atrair um número maior de mulheres. Contudo, o problema não é a falta de aptidão, mas sim, o modo patriarcal como a política no Brasil ainda é estruturada, refletindo preconceitos da sociedade. Até mesmo nos partidos ditos de esquerda a questão de gênero ainda é muito complexa, visto que os partidos são majoritariamente controlados por homens. Mulheres candidatas têm menos tempo na TV, menos espaço para organizar suas campanhas e até as doações que recebem nas eleições são menores. E mais, absurdamente, só 5% dos recursos do fundo partidário são destinados à criação e manutenção de programas e difusão da participação política das mulheres.
Aqui na Baixada Santista sofremos um processo de involução. Nas nove casas legislativas tivemos apenas cinco vereadoras eleitas e, cidades como Santos e São Vicente que sempre tiveram suas representantes desde 1980, agora seguem sem nenhuma representante. Precisamos resgatar essa importante participação, fortificando os movimentos sociais e instituições capazes de promover o empoderamento das mulheres, para que elas se sintam estimuladas a contribuir para a vida política de sua comunidade, de sua cidade, de seu país, renovando e ampliando o quadro de mulheres na política, como sinaliza Michelle Bachelet, atual diretora-executiva da ONU Mulheres.
Que nós mulheres possamos efetivamente exercer um papel de destaque na política, abandonando o papel de coadjuvantes, e tendo a liberdade de direcionar e ou formular a nossa própria pauta. A todas as mulheres que já estão nesse caminho, a despeito de toda falta de incentivo, a despeito da conjuntura desfavorável, o nosso apoio e reverência. Lugar de mulher é onde ela quiser e achar que tem competência para tal. E é também na política. Por que não?!

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